"A equivalência entre sonho e realidade está na medida de cada pé. Uma vez calçados uns se apequenam e abrem espaço, tiram uma folga com a própria cara, enquanto outros se inflam fazendo tudo chegar num aperto.
A diferença dos passos mais vagarosos e dos mais acelerados... Ah! entre sonho e realidade, há também a inconsequência de se andar descalço, por vezes, até flutuar".
Araújo Rodriguez
Irás doce
Se você
puder
se
aproximar,
ainda que por
insensatez,
desses
olhos
apenas
o bastante
a ponto de ver
apenas um
de cada vez
a cada outra
chance
Jamais
hesitará
em fazê-lo
outra vez
É que estar
a esse ponto
cor & íris do ser
frente à luz e ao escuro,
nos tira algo,
a fim de reaver
o tato e derrubam-se
os murros da língua
e as pálpebras
ardem até encolher
para o doce
e que só o lábio
é sagaz em escolher
puder
se
aproximar,
ainda que por
insensatez,
desses
olhos
apenas
o bastante
a ponto de ver
apenas um
de cada vez
a cada outra
chance
Jamais
hesitará
em fazê-lo
outra vez
É que estar
a esse ponto
cor & íris do ser
frente à luz e ao escuro,
nos tira algo,
a fim de reaver
o tato e derrubam-se
os murros da língua
e as pálpebras
ardem até encolher
para o doce
e que só o lábio
é sagaz em escolher
Silêncio
"Faça um bem à vida, quando alguém disser uma coisa bonita... beije e não diga mais nada".
Pedra, papel, tesouro
"se eu te peço: rabisca
nesta folha com uma pedra...
você incrédulo desconfia de minha sanidade.
Contudo, se alguém embrulha-la no papel e ameaça arremessa-la,
você talvez, sem vê-lo neste feitio,
aceite o que parece brincadeira,
mas o que se fará
desta pessoa e da sua cara?
O que faremos nós de nossas vidas
conjugando-a nessa brutal parcialidade?"
nesta folha com uma pedra...
você incrédulo desconfia de minha sanidade.
Contudo, se alguém embrulha-la no papel e ameaça arremessa-la,
você talvez, sem vê-lo neste feitio,
aceite o que parece brincadeira,
mas o que se fará
desta pessoa e da sua cara?
O que faremos nós de nossas vidas
conjugando-a nessa brutal parcialidade?"
De já vir
Não, será possível
já que - o medo é o prenúncio do que estou farto
Não, será possível
já que - essa inconsequência é o desvio, pelo qual e para que sou tomado de arrasto
Não, será possível
já que - aquilo que vejo, em quem olho, pode ser a ilusão do somente "eu"
Não, será possível
já que - tudo que ouço, em ti, não é eco e sim os ruídos de outros mundos
Não, será possível
já que - sentir-se leve, foi o primeiro passo para não se importar mais com as coisas
Não, será possível
já que - apreender é desaprender a antever as chegadas, cultivar as despedidas
Não, será possível
já que - prepara em mim o exitar
Não, será possível
já que - atiça em mim um outro nexo
Não, será possível
já que - lança-me ao desassossego
Não, será possível
já que - esse esbarrão só coube a nós perceber
Não, será possível
já que - dizes pra mim algo a mais, quando estás em silêncio
Não, será possível
já que -silenciar faz transbordar o que já não cabe em si
Não, será possível
já que - todos estes nossos "não"s sedimentam algo infalível
Não, será possível
já que as vírgulas fazem minha a tua respiração.
Não deixar de respirar, mas se deixar perder a respiração ...
será possível permitir a diferença entrar até chegar o impossível,
é mínimo de já para quem quer ter feito daqueles que somos uma afirmação.
já que - o medo é o prenúncio do que estou farto
Não, será possível
já que - essa inconsequência é o desvio, pelo qual e para que sou tomado de arrasto
Não, será possível
já que - aquilo que vejo, em quem olho, pode ser a ilusão do somente "eu"
Não, será possível
já que - tudo que ouço, em ti, não é eco e sim os ruídos de outros mundos
Não, será possível
já que - sentir-se leve, foi o primeiro passo para não se importar mais com as coisas
Não, será possível
já que - apreender é desaprender a antever as chegadas, cultivar as despedidas
Não, será possível
já que - prepara em mim o exitar
Não, será possível
já que - atiça em mim um outro nexo
Não, será possível
já que - lança-me ao desassossego
Não, será possível
já que - esse esbarrão só coube a nós perceber
Não, será possível
já que - dizes pra mim algo a mais, quando estás em silêncio
Não, será possível
já que -silenciar faz transbordar o que já não cabe em si
Não, será possível
já que - todos estes nossos "não"s sedimentam algo infalível
Não, será possível
já que as vírgulas fazem minha a tua respiração.
Não deixar de respirar, mas se deixar perder a respiração ...
será possível permitir a diferença entrar até chegar o impossível,
é mínimo de já para quem quer ter feito daqueles que somos uma afirmação.
X encontro (Novela visual)
o tempo é um invenç ...
21:05
ão ão
ão ão ão
X
ão ão
ão ão
ão
22:05
chegar 1o
é quest
de
1 em cada
dez encontros
o valor é uma invenç ...
ão ão
ão ão ão
0,10
ão ão
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porém, se não se sabe ao certo dosar
ão ão
ão ão ão
M
ão ão
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ão ão ão
N
ão ão
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para a invenç ...
ão ão
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ão X ão
ão ão
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já que pra se amar não há ganhos nem perdiç ...
o o
o
o o
o Ã? o
o o
o
in
i
cio
o o
o
o o
o Ã? o
o o
o
sim,
algo a ser desprendido
no sentido
plano de sua
colisão
Quando ir
Você,
você mesmo, a quem essa presença minha incomoda.
Não gaste sua prosa, sou arco-íris:
eu passo...
você mesmo, a quem essa presença minha incomoda.
Não gaste sua prosa, sou arco-íris:
eu passo...
Jamais (para D.Duran)
esse silêncio
que recolho
é a dobra
de um tempo
até a duração
de certas palavras,
como que lançadas ao mesmo,
a quem talvez me dirijo,
já que de mim, que sou carne
e em breve, pó, viajar ao
largo de mim é um só "aceite".
há: "entre",
jamais estive tão só
na multidão do que me cerca
qualquer respiração
mais longa,
da cabeça um leve
aceno,
me desconcerta
encontra aqui ao ar livre
papel e tinta, porta aberta...
tão somente... no
tempo acolhido
por azar ou de um acaso
desse alerta
espero, espere, espera
desta dança, o que dela faço
um passo
à braço
colidindo sem disperdício
com essa escrita...inofensiva,
aproveito: a melhor parte,
com esse seu riso.
que recolho
é a dobra
de um tempo
até a duração
de certas palavras,
como que lançadas ao mesmo,
a quem talvez me dirijo,
já que de mim, que sou carne
e em breve, pó, viajar ao
largo de mim é um só "aceite".
há: "entre",
jamais estive tão só
na multidão do que me cerca
qualquer respiração
mais longa,
da cabeça um leve
aceno,
me desconcerta
encontra aqui ao ar livre
papel e tinta, porta aberta...
tão somente... no
tempo acolhido
por azar ou de um acaso
desse alerta
espero, espere, espera
desta dança, o que dela faço
um passo
à braço
colidindo sem disperdício
com essa escrita...inofensiva,
aproveito: a melhor parte,
com esse seu riso.
Equilibrilho
Há os que
sabem
brincar.
para o resto,
a quem não caiba um
bom paladar,
tem a seriedade
inútil,
a que jamais
os deixará
margem
para dúvidas.
sabem
brincar.
para o resto,
a quem não caiba um
bom paladar,
tem a seriedade
inútil,
a que jamais
os deixará
margem
para dúvidas.
Perfil de Espelhos
no começo
era a som
e sim,
soava límpido
|águas
nos sonhos
foram contos
brilhos soltos
dos encantos
|metais
no meio
foi a sopro
e não se
afastava o perfume
|brisa
no fim
é o seu olhar
perfil talvez,
em relance
|pupilas
entre tudo
esses reflexos em vidros
capturas totais
para verdades,
|apenas eventuais
Passeante
.........................................O coração
....................... que pulsa
.....................tal relâmpago
.................. faz . daquele
..................... que circular
........................... um tal passeante
..................................... em chuva
(El {sueño} [és su] hugar)
{ [afasta ainda mais longamente]
(se desvía más ampliamente)
[o apreço de teu olhar,]
(apreciación de su aspecto)
[enquanto mãos por sobre fios visíveis]
(mientras las manos a través de alambres visibles)
[...elas fiquem a vagar...]
(...se quedan a vagar...)
[aproximando diversos sentidos]
(acercarse a los diversos sentidos)
(ar
ainda
perto do pensado)
[aire
todavía
cerca de pensamiento]
(mimetiza outro
sono, acordado
colorido)
[imita otro
sueño, despierto
vistoso]
[pela pele
sombra
sela
pelos cílios]
(la piel
sombra
silla de montar
por los cilios)
(...se julguem dizer...)
[si julgem decir]
[em abertura, incerta, alguns olhos
sabiamente e sem hesitação]
(En la apertura, inciertos, algunos ojos
con prudencia y sin vacilación)
[ficam por cima do outro a vacilar]
(están por encima de la otra a fallar)
El sueño és su hugar}
Lábio, astro - coração obsoleto
Quando no peito
em mim sinto
decerto sem ego
me prego com esse jeito. Cego, de certo
e um ai, dessa pontada, já se desatina
Em quanto sem norte, gira
em meu tórax, assim?
Talvez por sorte, só
o fôlego, do seu jeito
e por isso a fração
de Você. Em mim:
o que era
no que éramos,
buscanto no fio de um fito,
ainda labirinto
em mim sinto
decerto sem ego
me prego com esse jeito. Cego, de certo
e um ai, dessa pontada, já se desatina
Em quanto sem norte, gira
em meu tórax, assim?
Talvez por sorte, só
o fôlego, do seu jeito
e por isso a fração
de Você. Em mim:
o que era
no que éramos,
buscanto no fio de um fito,
ainda labirinto
Há uma hora, a todo momento
Metade do meio por onde anda o vento
é onde te vejo
outra é a metade que sopra, dentes,
mil leões colidem na cor de teus cílios
Metade do a esmo é curva, que aceita
Outra, o mesmo da reta
nos sonhos se turva
e realmente busco a torto e a direita
Metade é tarde
Outra é: me invade
a passagem do dia,
o mais breve possível
Metade de tudo se dá
quando já é bem tarde
outra de nada vale
se não vier, pra comigo amanhecer
ficar meio sem melodia, surdez
da Metade é eco, ilusão
outra, a mentira
no impossível diapasão
Metade parte pesada
outra disparate
abre o por onde
atingir
pressentir embora,
jamais quisesse
outra, se desfez ancorada
há uma hora, a todo momento e já se ir
Metade da covardia,
é que ninguém vive metade
se fizer da outra parte
alegria
é onde te vejo
outra é a metade que sopra, dentes,
mil leões colidem na cor de teus cílios
Metade do a esmo é curva, que aceita
Outra, o mesmo da reta
nos sonhos se turva
e realmente busco a torto e a direita
Metade é tarde
Outra é: me invade
a passagem do dia,
o mais breve possível
Metade de tudo se dá
quando já é bem tarde
outra de nada vale
se não vier, pra comigo amanhecer
ficar meio sem melodia, surdez
da Metade é eco, ilusão
outra, a mentira
no impossível diapasão
Metade parte pesada
outra disparate
abre o por onde
atingir
pressentir embora,
jamais quisesse
outra, se desfez ancorada
há uma hora, a todo momento e já se ir
Metade da covardia,
é que ninguém vive metade
se fizer da outra parte
alegria
As Long As It's Not About Love - DIO (portuguese version)
Dali em diante, ao acaso de um olhar
Intensamente se fez num coração
O encanto que fez temer meu coração
Então, se deite e me engane ainda mais
e mentir,
mas jamais... Brincar
Não importa, se for por amor
Se amanheceu e o mundo acabou
Não se esqueça de não olhar pra trás
Se num relance sentir e pensar irão rimar...
Me beije e engane ainda mais
pois mentir,
jamais...
Importa, se for por amor?
Foi tão breve, o cruzar desse olhar
O feitiço pulsa, mais forte ao coração
Como fugir levando isso aqui dentro?
Então, se deite e me engane ainda mais
e mentir,
pra jamais...
Importar, se for por amor!
Amanheceu e o mundo acabou
Pois nada resta
meu coração
pode leva-lo,
Cansei de ouvir as mentiras do amor.
Ooh!
Se esse encanto se aproxima
nos afastando pra outro alguém
se escapar de mim, eu sei...
De repente, assim funciona o amor.
Intensamente se fez num coração
O encanto que fez temer meu coração
Então, se deite e me engane ainda mais
e mentir,
mas jamais... Brincar
Não importa, se for por amor
Se amanheceu e o mundo acabou
Não se esqueça de não olhar pra trás
Se num relance sentir e pensar irão rimar...
Me beije e engane ainda mais
pois mentir,
jamais...
Importa, se for por amor?
Foi tão breve, o cruzar desse olhar
O feitiço pulsa, mais forte ao coração
Como fugir levando isso aqui dentro?
Então, se deite e me engane ainda mais
e mentir,
pra jamais...
Importar, se for por amor!
Amanheceu e o mundo acabou
Pois nada resta
meu coração
pode leva-lo,
Cansei de ouvir as mentiras do amor.
Ooh!
Se esse encanto se aproxima
nos afastando pra outro alguém
se escapar de mim, eu sei...
De repente, assim funciona o amor.
AR - Para Amanda Richard
Quando eu
passo o
ouvido
sobre
o abdome do não
os barulhos do mundo
são: "vir", "ser",
"ais" de meu canto
vibrando das curvas
o espanto
a canção
nas cordas da voz
cruzo as pernas
pro espaço.
Cai aqui em
meu regaço ...
a palavra: jamais
já mais do que tive
entretanto, se vive
bulindo do riso
com um grito
desses
que vieram
doutros recantos
Quando
eu passo
em você
minha lábia
fica essa nódoa
depois da névoa
dos encantos
minha marca
no copo
por um lábio,
sou pólvora
Quando passo
Para quê?
é que toco, se passo
a luz e a noite
entorto,
o "sim" do querer,
a voz na cor
da manhã
sem cansaço
a que veio depois,
pra dizer
que te deixei
pra lá
rouca das loucuras
sem medo
do fazer e do como
de partir
o violão
parindo nosso sono
sã da paixão
despedaço
mas ainda é
bem cedo
se é a vida
que abraço
passo o
ouvido
sobre
o abdome do não
os barulhos do mundo
são: "vir", "ser",
"ais" de meu canto
vibrando das curvas
o espanto
a canção
nas cordas da voz
cruzo as pernas
pro espaço.
Cai aqui em
meu regaço ...
a palavra: jamais
já mais do que tive
entretanto, se vive
bulindo do riso
com um grito
desses
que vieram
doutros recantos
Quando
eu passo
em você
minha lábia
fica essa nódoa
depois da névoa
dos encantos
minha marca
no copo
por um lábio,
sou pólvora
Quando passo
Para quê?
é que toco, se passo
a luz e a noite
entorto,
o "sim" do querer,
a voz na cor
da manhã
sem cansaço
a que veio depois,
pra dizer
que te deixei
pra lá
rouca das loucuras
sem medo
do fazer e do como
de partir
o violão
parindo nosso sono
sã da paixão
despedaço
mas ainda é
bem cedo
se é a vida
que abraço
menos a fome (AR)
vê?
hoje
a fome
não só
a fome
não acaba
como a fome
há de consumir
já qualquer bicho
ou planta, criança,
mulher, merda, homem
a fome com fome se se
confronta e jamais some:
abra a boca para nela entrar
mais fome! consome a fome, não!
acabar com a fome seria olhar para
quem some: bicho ou planta, mulher
criança, homem. Uma pedra? foi posta.
onde?
já, estive ali,
já? nela, a vi:
quem sabe, diz:
seja amanhã!
+ ninguém tira mais dali + pode
+ ninguém vira + alguém chora
+ ninguém verá + alguém roncou
+ ninguém virá + alguém pra quê?
+ não se revira + na pedra + não
+ mais de fome + não pede + nada
não + isso se foi
ontem...
Araújo Rodriguez
hoje
a fome
não só
a fome
não acaba
como a fome
há de consumir
já qualquer bicho
ou planta, criança,
mulher, merda, homem
a fome com fome se se
confronta e jamais some:
abra a boca para nela entrar
mais fome! consome a fome, não!
acabar com a fome seria olhar para
quem some: bicho ou planta, mulher
criança, homem. Uma pedra? foi posta.
onde?
já, estive ali,
já? nela, a vi:
quem sabe, diz:
seja amanhã!
+ ninguém tira mais dali + pode
+ ninguém vira + alguém chora
+ ninguém verá + alguém roncou
+ ninguém virá + alguém pra quê?
+ não se revira + na pedra + não
+ mais de fome + não pede + nada
não + isso se foi
ontem...
Araújo Rodriguez
Mala sem alça (Heterônimo AR)
O que tenho em minha mala?
o poeta,
querem?!...
não tem alça,
já alçou vôos solos
tem chão e arrasto
de asas partidas
urrando com palavras
soltas, num sei pra quê
aleijado
na velocidade do temível
lampejo
quando
o obvio... álcool,
mesmo repaginado,
e barato,
incinerante,
fere a fogo
o rosto
dos senhores?
furando
novos buracos
e rasgos
inimaginados, desce...
Querem.
quando
horrores sem comoção
são poesia,
o poeta...
cospe a frio
o colo
das senhoras?
Ainda, querem?
como, querem?
entre tanto
o poeta
não é pra quem merece!
ele!!! é quem se merece.
tê-lo
um poeta, uma criança, um poema...
tantos reconhecem
quantos sejam
se
a hora
pousa,
e quando
desconforta: saem!...
pois se: sua, assoa, esbarra, mija, caga, suja, vomita, choca, fede, pisa
hora?! se afastam?...
poeta xinga poeta,
poeta trai poeta,
poeta come poeta,
sei que sou fútil...
meus amigos,
poeta cria fastio.
poeta
cansa,
afinal, porra!
quem aguenta essa vida inteira inútil?
nada, de poetas
enquanto vocês
querem tudo...
maltrapilho
o que vocês
não pedem
meu papel,
o valor e o teor
dessa coceira, só se mede
pelo pavor,
mesmo...
de se reconhece-la
no espelho
interior da indiferença
quando o poeta te saúda?
quem se disse poeta?
poesia é alguma outra coisa,
a mala está pronta
às vésperas de alguma doença
Araújo Rodriguez
Where is weather ? (Para Beth Pacheco)
"where is"
............. Aqui, de livre estou, tudo
................ no derradeiro, pronto, pausa
................. Aqui por, nem tudo, a passagem
................. haver sido, que é livre, deixa
............. Aqui, é onde se, entrar
......... Aqui, foi, um fim
no desusado
no desfecho
no desfiro
no defeito
no delírio
no-muito
murcho
A quis
"weather"
pó só
só
um, teempresto
precisocheirar, pó
pra ter,
precisocheirarpó
pra ter
o quantopreciso!cheirarpó
pra teroquantoestavidamedeserta
preciso...preciso...merda!
cheirarpra teresta vidade cheirar pó,pra, ser, melhor,que, a precisão
deste chão, Shhhhhhhh!
pó.
um, teempresto
precisocheirar, pó
pra ter,
precisocheirarpó
pra ter
o quantopreciso!cheirarpó
pra teroquantoestavidamedeserta
preciso...preciso...merda!
cheirarpra teresta vidade cheirar pó,pra, ser, melhor,que, a precisão
deste chão, Shhhhhhhh!
pó.
Soneto roubado
.............. , tomaste o lugar. E a asa
daquela certeza vazia a vagar
agora vazia daquele ouro, me arrasa,
carregado por mil vezes, devagar
nada resta, mesmo. Nada a arriscar
nas armadilhas, p´ra a distância que de
daquela certeza vazia a vagar
agora vazia daquele ouro, me arrasa,
carregado por mil vezes, devagar
nada resta, mesmo. Nada a arriscar
nas armadilhas, p´ra a distância que de
mim se via. A dura ação de ti, Leve.
Faltava algo na agonia a trilhar
e essa coisa doía, mas não era nada ...
ai! naquilo só, a via, eu a quisera: cara
mas em si, vê-la, como atesto: muda
ai! naquilo só, a via, eu a quisera: cara
mas em si, vê-la, como atesto: muda
nem mesmo se restasse mil a devolver
ainda uma ingrata verdade, por tão pouco...
de nada. Apenas coração oco. p´ra sofrer
de nada. Apenas coração oco. p´ra sofrer
Na Cia dos Desertores
o deserto, aberto
nessa areia, encerre
o incerto
nessa hora esfria, noutra hora se incendeia
abandona aos pés a sombra em
Sol a pino e Lua Cheia
minha sombra
encerra-me numa gaiola.
caminha sombra!
ordeno.
inutilmente...
esgotado do medonho cerco
Na cia dessa sombra
agora mesmo
o que me sobra?
Dunas de alpiste
do pão, mínguo, na algibeira
e a água? sorriste...
Só com o suor, dele a sombra se alimenta
horas circundam, futilmente
Só com o arrepio, dele a sombra se enfeita
pássaros mortos,
chão, agora vejo:
destroços miram meus ossos
por debaixo da pele, ardente
na superfície de mim mesmo
desfazendo-se em escuridão, ausente
o espirito vaga
a sede afasta
uma alma da chaga
Anseiam miscigenados na areia
desertores da existência
...e a vida insiste, o dedo em riste? apontaria
a sombra sorria
sob a nuvem, caçoam os ventos
é o que contariam
inábil atravessa ou teu sonho pereça
Papillon (para Michele Abreu)
A vida, à distância de um piscar de olhos.
Com passos sustenta o coração, em meio aos ossos.
Pisa por sobre o medo, um abismo inteiro no peito
guardado. E a estes que de algum jeito ouvem cedo,
Pois não evitam o movimento, calados
rangem a ponte, cospem no sono, cansados.
Balançando-se ao sabor da brisa ou da tempestade,
enquanto a morte, verte em seu ventre a proximidade.
Segura na distração de uma cor, um buquê em flores, cintilante
a borboleta por segundos, há pouco a vi, e já desencaminha...
O instante, do inclinar-se pela força do espaço, esvoaçante
ensina a verdade da queda, sem esconder o que se avizinha.
Diz-se no rangido equilibrado, incrédulo, arrastado: cale!
Tal vida e morte nos tocam numa só direção, há ribanceira.
Mudar, para durar tão pouco, por certo um dia, de quê vale?
Suspira e ao sentir o leve toque, desconcerto da faceira!
Debruçada por sobre um sonho, assim pousada no ombro,
acolhe o impreciso, já que tudo que é breve mente, na decisão
Faça-se em nuvem um casulo cujo sentido seja nosso assombro.
és ti muda, noviça, sossega, o que resta? dá tua mão...
Com passos sustenta o coração, em meio aos ossos.
Pisa por sobre o medo, um abismo inteiro no peito
guardado. E a estes que de algum jeito ouvem cedo,
Pois não evitam o movimento, calados
rangem a ponte, cospem no sono, cansados.
Balançando-se ao sabor da brisa ou da tempestade,
enquanto a morte, verte em seu ventre a proximidade.
Segura na distração de uma cor, um buquê em flores, cintilante
a borboleta por segundos, há pouco a vi, e já desencaminha...
O instante, do inclinar-se pela força do espaço, esvoaçante
ensina a verdade da queda, sem esconder o que se avizinha.
Diz-se no rangido equilibrado, incrédulo, arrastado: cale!
Tal vida e morte nos tocam numa só direção, há ribanceira.
Mudar, para durar tão pouco, por certo um dia, de quê vale?
Suspira e ao sentir o leve toque, desconcerto da faceira!
Debruçada por sobre um sonho, assim pousada no ombro,
acolhe o impreciso, já que tudo que é breve mente, na decisão
Faça-se em nuvem um casulo cujo sentido seja nosso assombro.
és ti muda, noviça, sossega, o que resta? dá tua mão...
Leve esboço ((καιρός)) (para Cris Rocha)
na beira de nós
seguindo pelo deslizar
na grama vasta
e o tempo se fará casca
da noz,
partindo com desejo
o "abrindo-se"
em Kairós
Abecedário da dança (para Jô Conti)
A cada hora, sussurrar ao ouvido
madrugando em si uma letra que seja
Bela a um coro de sonhos, motivo
para esquecer o real que se almeja
Conduzir a substância do presente
para o corpo que se balança
Despertar de quem não cobra o ausente
e sim delira junto uma outra dança
Escolhidos os passos entre pétalas e espinhos
lançá-los ao longe, só grama
Fique simplesmente aos pés descalços, despidos
no pulsar do coração de quem ama
Girando para 24 sentidos de gravitação
colidindo: sonhos, realidade e imaginário
Haverá 365 dias num calendário
ao menos sobre 1 a cada 4 anos para a invenção
Incêndio nos andares abaixo, estilhaçam desejos
capaz de por em tais tons de cinza e negro
Jamais outros, em rascunhos, cobiçariam realizá-lo
desobedecendo tantos outros planos
Kundalini. Km, Kg, que seriam? se agora mesmo
nesse inventário de caos e harmonia
Libertar-se das amarras é estar vivo para com alegria
alimentar o tecido da música em solfejo
Minutos a mais em vida se ganham
nessa partitura que encanta, com fome e esbraveja
Negar a fé cega no óbvio, para não se ter mais certeza
se seremos aos deuses o que um macaco, num realejo, é ao humano
Ouvir ainda isso ou outra oitava do sopro, vertigem
queda, que nos definiria como profanos
Paixão que, na desequilibrada cobiça é a miragem
mas tem sede real e a chama, sem enganos
Quiçá, faz nascer no solo algo que ama
por baixo e acima de si, fugir cristalina da artimanha
Redefinir o eixo, o solo, o céu, a terra num rosto
colidir os olhares, no realizado agora posto
Som de mais 7 horas ressurgidas no poema, assim
ou seriam 7 minutos, 7 segundos apenas?
por 8 multiplicado, 48 horas, de mim e de ti
o quê fechado nosso olhar encena?
Tímidas, as palavras entre arte e órbitas agitadiças
Usurpam da
Voz a cadência, eletrizadas em
Watts ainda, agitam-se
Xingam! em língua tupi-guarani ou
ainda humanos
Yanomami,
Zumbindo por vezes, em espírito, tons estranhos do açoite:
sombras de nós, à meia-noite.
Contudo se o sopro, não passar despercebido, tornado coisa vã
Cante pra nós, essa estrelada manhã?
madrugando em si uma letra que seja
Bela a um coro de sonhos, motivo
para esquecer o real que se almeja
Conduzir a substância do presente
para o corpo que se balança
Despertar de quem não cobra o ausente
e sim delira junto uma outra dança
Escolhidos os passos entre pétalas e espinhos
lançá-los ao longe, só grama
Fique simplesmente aos pés descalços, despidos
no pulsar do coração de quem ama
Girando para 24 sentidos de gravitação
colidindo: sonhos, realidade e imaginário
Haverá 365 dias num calendário
ao menos sobre 1 a cada 4 anos para a invenção
Incêndio nos andares abaixo, estilhaçam desejos
capaz de por em tais tons de cinza e negro
Jamais outros, em rascunhos, cobiçariam realizá-lo
desobedecendo tantos outros planos
Kundalini. Km, Kg, que seriam? se agora mesmo
nesse inventário de caos e harmonia
Libertar-se das amarras é estar vivo para com alegria
alimentar o tecido da música em solfejo
Minutos a mais em vida se ganham
nessa partitura que encanta, com fome e esbraveja
Negar a fé cega no óbvio, para não se ter mais certeza
se seremos aos deuses o que um macaco, num realejo, é ao humano
Ouvir ainda isso ou outra oitava do sopro, vertigem
queda, que nos definiria como profanos
Paixão que, na desequilibrada cobiça é a miragem
mas tem sede real e a chama, sem enganos
Quiçá, faz nascer no solo algo que ama
por baixo e acima de si, fugir cristalina da artimanha
Redefinir o eixo, o solo, o céu, a terra num rosto
colidir os olhares, no realizado agora posto
Som de mais 7 horas ressurgidas no poema, assim
ou seriam 7 minutos, 7 segundos apenas?
por 8 multiplicado, 48 horas, de mim e de ti
o quê fechado nosso olhar encena?
Tímidas, as palavras entre arte e órbitas agitadiças
Usurpam da
Voz a cadência, eletrizadas em
Watts ainda, agitam-se
Xingam! em língua tupi-guarani ou
ainda humanos
Yanomami,
Zumbindo por vezes, em espírito, tons estranhos do açoite:
sombras de nós, à meia-noite.
Contudo se o sopro, não passar despercebido, tornado coisa vã
Cante pra nós, essa estrelada manhã?
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