Na Cia dos Desertores
o deserto, aberto
nessa areia, encerre
o incerto
nessa hora esfria, noutra hora se incendeia
abandona aos pés a sombra em
Sol a pino e Lua Cheia
minha sombra
encerra-me numa gaiola.
caminha sombra!
ordeno.
inutilmente...
esgotado do medonho cerco
Na cia dessa sombra
agora mesmo
o que me sobra?
Dunas de alpiste
do pão, mínguo, na algibeira
e a água? sorriste...
Só com o suor, dele a sombra se alimenta
horas circundam, futilmente
Só com o arrepio, dele a sombra se enfeita
pássaros mortos,
chão, agora vejo:
destroços miram meus ossos
por debaixo da pele, ardente
na superfície de mim mesmo
desfazendo-se em escuridão, ausente
o espirito vaga
a sede afasta
uma alma da chaga
Anseiam miscigenados na areia
desertores da existência
...e a vida insiste, o dedo em riste? apontaria
a sombra sorria
sob a nuvem, caçoam os ventos
é o que contariam
inábil atravessa ou teu sonho pereça
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