Há uma hora, a todo momento

Metade do meio por onde anda o vento
é onde te vejo
outra é a metade que sopra, dentes,
mil leões colidem na cor de teus cílios

Metade do a esmo é curva, que aceita
Outra, o mesmo da reta 
nos sonhos se turva
e realmente busco a torto e a direita

Metade é tarde
Outra é: me invade 
a passagem do dia,
o mais breve possível

Metade de tudo se dá
quando já é bem tarde
outra de nada vale
se não vier, pra comigo amanhecer

ficar meio sem melodia, surdez
da Metade é eco, ilusão
outra, a mentira 
no impossível diapasão 

Metade parte pesada
outra disparate 
abre o por onde 
atingir


pressentir embora, 
jamais quisesse
outra, se desfez ancorada
há uma hora, a todo momento e já se ir


Metade da covardia,
é que ninguém vive metade
se fizer da outra parte
alegria





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