ROMA
Quer-se
escrevida
sobre as
sardas
a delicia
cia
Que entre
urras&urros
absorveriam
delírios
nas ranhuras
da pele
fustigada
o traiçoeiro
cio
Quais sussurros?
os da
constância
do vazio
do ar
do circun
dante lóquio
par indo
...inferno
...purgatório
...céu
da atriz
pálida
(em lágrimas)
(em lágrimas)
manchada
pelas escolhas
em seu brio
férrico
circundada
em cama
por dossel
dos seus
fios loucos
louros cios
do corpo
sorrisos
de um dorso
que
que
interroga tórrido
sobre o azul
abraçado
flexionando
a geografia
que em flama
sorve o mel
da dor
e as cores
do calor
em drama
que desses
que a ela
vêm
não veem
na duplicidade
de seus lábios
em desejo
ventríloquo
de um terceiro
romanesco
entalho
o úmido
o rouco
antes
que a peçam
ao travesseiro
trouxessem
do cheiro
a um palmo de
seus narizes
a perdição
perfeita
da cabeça
num Quer-se,
mesmo
inajustável
por suposição
de que querer-se
suspensa
ter vertido é
ser tida inteira
falseando-se inerte
de ser a inconsequência
meio sonho e meio vígil
em riso
pois já...
Se a aquece
servirá ao
átrio vida
2#
FUI A MAÇÃ
espero tudo
de
pendendo
do nada
deixo tua mão
ágil
no meu nexo
de meu
corpo frágil
a tua
perdição
indelicada
no seu sexo
áspero turvo
do
fendido
de cada
deixo nas mãos
o vidro
do meu plexo
corroído
escorre
o corpo ágil
a tua
sanguinária
indiferença
sem reflexo
sangro
sã
desfaço-me
de ti
já decaído
pela gravidade
que só de meus
lençóis
tens o aspecto
espectros
espectros
assombram a consolação
a sala
a noite
cala-me
e afasta-me
a cada nova investida
de tua mão
#3
INTELIGÊNCIA SENSUAL
era
tarde
os olhos mergulhados
no embaraço
é só isso
o que eu faço?
o embaço
na água
aquecendo a pele
esquecendo
esquecendo
esquecendo
o corpo
sondado
pelo
deixo ou não deixo
as costas nuas
aquecendo
aquecendo
aquecendo
em volúpia
sou tanto
sou tanto
sou tanto
tanto sou
mais um
tonto e tanto
a outra
apronta
novamente
pronta
soltando-se
daqueles
pensamentos
tonta
como se deve
mãos
soltas
apoiando
e
deixando
deixando
o sabor
do banho
medir o tamanho
da doçura
perdendo
a compostura
como água
fluindo
para o mais profundo
e absorto
real
depois da ferroada
impiedosa
nua & cruel
saboreando
o mel
num
recomeço
desejosos não dormem
dormir agora
seria um
embrutecimento
um nada
nada de inteligência
alguma
que é, inteligência?
inteligente, eu?
não,
sou conivente
com alguns pensamentos
que me ocorrem
ainda não...
apenas
na hora exata em
que você chega
no instante
marcado em que
tudo
recomece
4#
CARDÁPIO
corpos nus em aventais
recostada sobre a quina
a cintura posta acima
ouço-a sem jamais esquecê-la
enquanto tocava-a
sobre a mesa
ouço ainda, clara...
de ovos que se batem
nela, ali fugitiva
de qualquer flacidez
pó sobre a pele
a farinha de nossos dias, leve
levemente peneirada
espalhada por todos os lados,
libertária
os objetos guerreavam por espaço
enquanto os copos, quebravam e trocavam o gelo
por corpos quentes - fervilhavam a receita,
receita incerta das insuspeitas matérias
em consistência crescente - que se investigam,
ao som da nona sinfonia
líquidos entornados e pérfidos
por companhia... miscigenam
cabelos, pó, temperos,
cheiro de madeira. Chama rústica...
A velha mesa resiste
como quadros belos:
deliberada renascença / fome medieval
o disco que arranhara-se
naquele vêm e vai
saltava, mais e mais...
recompomos beethoven
ensurdecendo-nos
tocando cada pedaço
de erotismo,
como o faria Sade
som de metais laçados ao longe
as bocas uma só esponja
os pratos vergonhosos, em sua limpeza
e os ruídos da louça em lasco
na certa entrega ao chão - sobre o cardápio;
suicidada de quaisquer etiquetas;
jogo sujo, jogo puro, jogo transgressor
toalhas tornadas manto, fantasiando outras roupas, à moda,
contorcidas como corda e depois também rasgadas, como a própria receita:
como recomenda, entre outros vícios, o Marquês e a Marquesa.
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