AR - Para Amanda Richard

Quando eu 
passo o 
ouvido
sobre 
o abdome do não
os barulhos do mundo
são: "vir", "ser",
"ais" de meu canto 
vibrando das curvas
o espanto
a canção 

nas cordas da voz
cruzo as pernas 
pro espaço.
Cai aqui em 
meu regaço ...
a palavra: jamais
já mais do que tive
entretanto, se vive 
bulindo do riso
com um grito
desses
que vieram 
doutros recantos 

Quando 
eu passo
em você 
minha lábia
fica essa nódoa 
depois da névoa
dos encantos
minha marca 
no copo
por um lábio, 
sou pólvora

Quando passo
Para quê?
é que toco, se passo  
a luz e a noite
entorto, 
o "sim" do querer
a voz na cor 
da manhã 
sem cansaço
a que veio depois, 
pra dizer

que te deixei 
pra lá 
rouca das loucuras
sem medo 
do fazer e do como
de partir 
o violão
parindo nosso sono
sã da paixão
despedaço
mas ainda é 
bem cedo
se é a vida 
que abraço




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