Assim natura

Assino: Minto

não há como
se omitir
Emito: cores, traços, recortes retorcidos, colagens

Transposição
Com lâminas, mesmo enferrujadas
Pois enquanto as texturas
Tropeçam em minhas mãos

Colho: algumas verdades precárias

Veleidades extraordinárias

E minto, novamente
E de novo, e de novo
Ainda que pisando em ovos

"n" aspectos em meio ao que sinto
Aproximam ou me afastam do Mito

paixão situacionista

Decifro paisagens insistentes
Nos Sonhos, no Real, no Imaginário

Ai de quem disser o contrário

A iluminação é uma tal assinatura
Travessa aos olhares, para os que se calam
Recolho feixes luminosos
Que se refrataram de alguns santuários

flower A h e a d


A pétala do cabelo

é o fio que segue em frente

As cores vivas de sorrisos floridos

são pólen de um corpo inteiro

E enquanto você dormia

plantava

abria

crescia

Em virtude daquela beleza

desabrochava

iluminava

uma certeza

O cabelo das plantas

são raízes por um tempo

E num instante o inalcaçável

faz tremer o mundo inteiro

flower A h e a d

é regada com pressentimento

Leve Esboço II

O tempo, esse estranho
desejo na eternidade
A vida, desvencilhando-se
da memória
as cores ora se empalidecendo,
ora se intensificando
as falas, visagens e sons
carregando consigo aqueles
que nos fazem
recriar o tempo
...numa oração com insanidade...

Mi casa, tua asa

Minha casa, essa asa
que desvencilía-se do C
melindrando o abcdário
Essa casa,
santuário e perdição dos calendários
Alguma basta, pequena ou grande
jamais falha
Oo vôo é um só modo:
de arrevoar a serpente do desejo
Por vezes uma benção, noutras,
uma fornalha.
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