Meu professor de literatura
sempre me olhava
com aquele olho
cabresto, ele sabia a minha cura
Pra ser honesto, criticava tudo
que eu escrevesse ou fizesse
Ele me deixava de molho:
aprendendo.
-"Vejo sua fascinação
por devaneios,
mas não seja ingênuo,
ainda é cedo".
Nas provas, acho que o dava prazer,
das letras que entre todas restavam
pra me classificar, escolhia a "Z"
E eu que era atraído por ele,
minguava, ignoto, pensando:
"seu escroto"
Era como quem esbarra,
na mão de um outro, salva o copo,
mas já se entornara o leite todo
Com certa dose de boa intenção,
por respeito próprio ou medo
naquele dia, cheguei cedo
e colei um verso do Manuel,
no quadro, por puro enfeite
"Porque os corpos se entendem,
mas as almas não".
O prof. desatento, pra mim rezava a lição:
-"nem tão cedo, você teria futuro em minha cadeira"
Nada de mais, aqui entre nós?
Deu a maior, Bandeira...
Depois disso, ficou meio azedo
Eu que até queria ser como ele,
sobressaltado, de fato,
abandonei o pesadelo.
Acordado pela manhã, o que é raro,
É o que resta a dizer:
minha alma, não presta.
Agora, sem beijo ou carona de carro.
mudo
Acordei
de dia, abatido
olhei
tudo
em volta
caminhava
................ para trás
no céu as nuvens
re-desvaziam-se
na terra as folhas
re-descaíam-se
no mar, pasmo!
ondas
re-desdesaguavam-se
re-reparei,
re-remeti-me ao mundo
Acordei de
desse dia a dia, abatido
o
olhei ei
tu
tudo
em volta ta
caminhava vá
.................... p´ra trazer
de dia, abatido
olhei
tudo
em volta
caminhava
................ para trás
no céu as nuvens
re-desvaziam-se
na terra as folhas
re-descaíam-se
no mar, pasmo!
ondas
re-desdesaguavam-se
re-reparei,
re-remeti-me ao mundo
Acordei de
desse dia a dia, abatido
o
olhei ei
tu
tudo
em volta ta
caminhava vá
.................... p´ra trazer
no submundo
tateante e gaguejante
de mim,
acordei, desse dia adia dia adia
sentindo desdém
remei de costas, pra além
e o dia ardia
do céu, da terra e do mar
tateante e gaguejante
de mim,
acordei, desse dia adia dia adia
sentindo desdém
remei de costas, pra além
e o dia ardia
do céu, da terra e do mar
Erro de Carioca (para Maria Helena Zamora)
quando o estado carioca chegou
sentou o pau na aldeia,
de tão oco o patrão
que cena!
fosse uma oca
teria sido um evento
de grande dimensão
Escutava a música de Maria
numa Copa do Maracanã
Quando enterrei meu coração
Tonto de tanta doçura, da pimenta na cara
Soltei, reinventei o reverso daquela canção
"Quando o estado chegou e o carioca gritou
enterrou o coração, e foi com certezas impunes
numa Copa do Maracanã"
Era um trecho batido, agora mensagem que o índio
duvidou ser tão vã. Que enterre a caligrafia na pele
Quem sabe você também enterre
as Curvas do Rio o procedem, DR:
Das ordens capitais, emergiam atos letais
Eram carros ornamentados por caveiras reais
que melhor representa o horror?
"Para quê museu,
se a aldeia não serve?"
do som dos pássaros, que não será mais seu
no sexto dia a vitória perdeu, o carioca que erre...
Enterrei meu coração
numa Copa do Maracanã
Índios, negros, mulatos, brancos, mulher e homem
velhos... crianças, tantos estudantes passeavam
Ainda que pacificamente se faça, ou se falha
O estado da justiça despontava disso outro nome,
sacudiram o índio mais que a uma maracangalha
antecipando-se aos jogos no imundicípio
Chegou primeiro, mas perdeu o índio
foi um erro olímpico!
Maracanã em estado ôco
Passou-se em branco, por pouco
seria uma Oca, ah! Maracanã,
quem sentirá o toque de Tupã?
Enterrei meu coração
numa Copa em Aldeia Maracanã
Quem sabe você também dance
as Curvas do Rio merecem, dança
Mas agora qual um fim
Levarão carros pra estacionar, até shopping
Pra quê você a odeia?
e os restos de hoje, todos p´ra cadeia:
"Será de alegria, será de tristeza"?
Coração faz o rumor da veia.
Mas se ali eles não cabem,
nem mesmo eu e nem você,
o que passamos fluiu, pra romper
o embuste
o entrave
se pra que alguém mostre competência
encerro algo ali, suspeita nossa urgência
se ainda ouço o canto dessas aves
também são meus antepassados
a aldeia, a esperança, pra que seja... tão grave
que sequer sou rio
Enterrei meu coração,
como um recado, rasgado.
Filho de índio é audaz...
Enterrei meu coração
numa Copa em Aldeia Maracanã
Quanta mentira risonha, essa copa nos traz.
(Araújo Roddriguez, pelo espírito de Oswald de Andrade)
sentou o pau na aldeia,
de tão oco o patrão
que cena!
fosse uma oca
teria sido um evento
de grande dimensão
Escutava a música de Maria
numa Copa do Maracanã
Quando enterrei meu coração
Tonto de tanta doçura, da pimenta na cara
Soltei, reinventei o reverso daquela canção
"Quando o estado chegou e o carioca gritou
enterrou o coração, e foi com certezas impunes
numa Copa do Maracanã"
Era um trecho batido, agora mensagem que o índio
duvidou ser tão vã. Que enterre a caligrafia na pele
Quem sabe você também enterre
as Curvas do Rio o procedem, DR:
Das ordens capitais, emergiam atos letais
Eram carros ornamentados por caveiras reais
que melhor representa o horror?
"Para quê museu,
se a aldeia não serve?"
do som dos pássaros, que não será mais seu
no sexto dia a vitória perdeu, o carioca que erre...
Enterrei meu coração
numa Copa do Maracanã
Índios, negros, mulatos, brancos, mulher e homem
velhos... crianças, tantos estudantes passeavam
Ainda que pacificamente se faça, ou se falha
O estado da justiça despontava disso outro nome,
sacudiram o índio mais que a uma maracangalha
antecipando-se aos jogos no imundicípio
Chegou primeiro, mas perdeu o índio
foi um erro olímpico!
Maracanã em estado ôco
Passou-se em branco, por pouco
seria uma Oca, ah! Maracanã,
quem sentirá o toque de Tupã?
Enterrei meu coração
numa Copa em Aldeia Maracanã
Quem sabe você também dance
as Curvas do Rio merecem, dança
Mas agora qual um fim
Levarão carros pra estacionar, até shopping
Pra quê você a odeia?
e os restos de hoje, todos p´ra cadeia:
"Será de alegria, será de tristeza"?
Coração faz o rumor da veia.
Mas se ali eles não cabem,
nem mesmo eu e nem você,
o que passamos fluiu, pra romper
o embuste
o entrave
se pra que alguém mostre competência
encerro algo ali, suspeita nossa urgência
se ainda ouço o canto dessas aves
também são meus antepassados
a aldeia, a esperança, pra que seja... tão grave
que sequer sou rio
Enterrei meu coração,
como um recado, rasgado.
Filho de índio é audaz...
Enterrei meu coração
numa Copa em Aldeia Maracanã
Quanta mentira risonha, essa copa nos traz.
(Araújo Roddriguez, pelo espírito de Oswald de Andrade)
N/co.
Língua ingrata do incauto
Rastejar a sola dos
sapatos
sobre o fóssil dos
ratos
narinas do asfalto
Enquanto lagartas consomem
o alimento do homem
esquecidas passadas
cavando o vazio
Secas, folhas recolhidas
durarão mais que o ontem
mais nada
Para, sopra em voltas
a volúpia nunca estancada
Declive de pernas na esquina
das palavras
.................. soltas
Para ninguém
mas nada
detém
2,3,4 tragadas
a ponta que queima
trepida da mão trêmula
4,3,2, uma entre
outras cagadas do descontínuo
que convém?
fuga, há mais
nada: insista
você des
ponta do rebuliço
na pista
deixo numa rato-
eira, o beijo
só pra apreendê-la
com o à força da pegada
Ra-
steja
vaga-
bunda
da rua
que res-
vala
coices
do embromo
não dá mais
e tiras
tudo ou nada
como-a
chama
que reclama sem fugir, nua
sem fechar a brecha
recavada entre o fingir invocado, in-
vertido em duas pernas
a orgia do maço
lentidão do largar
andarilho
te banco (este brilho)(estribilho)
passadasmágoas...
lagartasmagras...
às borboletas: asas!
Você no meu encalço, aturdia.
Ao que prefiro, andarei descalço
e já que a vida não se demora
muito, mais
nada
o escasso, a posse, o si
agarro
logo, mais
magro há neste cigarro que queima
o alvará de soltura
dos teus quadris
rouca-
mente a garganta
nas coisas sem
seu estar a dois
uma solidão
entre
a recusa e
a aproxima ação
num depois,
do nariz
sigo amar-
gurado e vago, sem frescura
-"tu nem ainda se foi e... já trago?"
Um dia ainda dou-lhe
o tapa feliz,
só
que sem-
pre
escapo
por um triz
Rastejar a sola dos
sapatos
sobre o fóssil dos
ratos
narinas do asfalto
Enquanto lagartas consomem
o alimento do homem
esquecidas passadas
cavando o vazio
Secas, folhas recolhidas
durarão mais que o ontem
mais nada
Para, sopra em voltas
a volúpia nunca estancada
Declive de pernas na esquina
das palavras
.................. soltas
Para ninguém
mas nada
detém
2,3,4 tragadas
a ponta que queima
trepida da mão trêmula
4,3,2, uma entre
outras cagadas do descontínuo
que convém?
fuga, há mais
nada: insista
você des
ponta do rebuliço
na pista
deixo numa rato-
eira, o beijo
só pra apreendê-la
com o à força da pegada
Ra-
steja
vaga-
bunda
da rua
que res-
vala
coices
do embromo
não dá mais
e tiras
tudo ou nada
como-a
chama
que reclama sem fugir, nua
sem fechar a brecha
recavada entre o fingir invocado, in-
vertido em duas pernas
a orgia do maço
lentidão do largar
andarilho
te banco (este brilho)(estribilho)
passadasmágoas...
lagartasmagras...
às borboletas: asas!
Você no meu encalço, aturdia.
Ao que prefiro, andarei descalço
e já que a vida não se demora
muito, mais
nada
o escasso, a posse, o si
agarro
logo, mais
magro há neste cigarro que queima
o alvará de soltura
dos teus quadris
rouca-
mente a garganta
nas coisas sem
seu estar a dois
uma solidão
entre
a recusa e
a aproxima ação
num depois,
do nariz
sigo amar-
gurado e vago, sem frescura
-"tu nem ainda se foi e... já trago?"
Um dia ainda dou-lhe
o tapa feliz,
só
que sem-
pre
escapo
por um triz
Mina
Quando estou
dentro de você
Nunca sei, se estou
E é bem difícil
a essa altura,
mas seria tão fácil
Seria forte, no entanto,
Seria tão calmo,
Seria... mas quanto?
Enquanto estiver
Jamais saberemos,
haja o que houver
dentro de você, sem demora
algo do que eu quero te quer,
mas onde está a sua cabeça, agora?
Quando estou
dentro de você
Nunca sei, se estou
Dentro de uma mina de carvão
Ou dentro de uma mina de ouro
Vago, mantelando a minha cabeça em vão
Dentro de uma mina não se sai
enquanto não se extrair o pão
Porém como migalhas, sua mente vai
Quando estou
dentro de você
Nunca sei, se estou
Digo mina, me deixe sair vivo,
mas num dia ela desiste ou insiste
E o meu não, até será pra ela alívio
Seria bem difícil
a essa altura,
mas é tão fácil
Seria sorte, no entanto,
Seria tão sujo,
Seria... mas quando?
Por que seria aqui, com essa mina?
Quando estou dentro dela
Nunca, nunca interessa, se estou ainda
Seria bem fácil
a essa altura,
mas por que é tão difícil?
Nem de ouro ou carvão falara o cio
Fosse minha e não a da mina, desde o início
É o que era, a se jogar com a vida, desse precipício
dentro de você
Nunca sei, se estou
E é bem difícil
a essa altura,
mas seria tão fácil
Seria forte, no entanto,
Seria tão calmo,
Seria... mas quanto?
Enquanto estiver
Jamais saberemos,
haja o que houver
dentro de você, sem demora
algo do que eu quero te quer,
mas onde está a sua cabeça, agora?
Quando estou
dentro de você
Nunca sei, se estou
Dentro de uma mina de carvão
Ou dentro de uma mina de ouro
Vago, mantelando a minha cabeça em vão
Dentro de uma mina não se sai
enquanto não se extrair o pão
Porém como migalhas, sua mente vai
Quando estou
dentro de você
Nunca sei, se estou
Digo mina, me deixe sair vivo,
mas num dia ela desiste ou insiste
E o meu não, até será pra ela alívio
Seria bem difícil
a essa altura,
mas é tão fácil
Seria sorte, no entanto,
Seria tão sujo,
Seria... mas quando?
Por que seria aqui, com essa mina?
Quando estou dentro dela
Nunca, nunca interessa, se estou ainda
Seria bem fácil
a essa altura,
mas por que é tão difícil?
Nem de ouro ou carvão falara o cio
Fosse minha e não a da mina, desde o início
É o que era, a se jogar com a vida, desse precipício
O falso
Você escreveria,
com pedra carvão?
Você escreveria
a ponto de rabiscar
todas as paredes, as brancas
paredes de sua casa?
Rabiscando a ponto de atravessá-las?
A ponto de quando
acabasse...
essa mesma pedra
se encontrasse
tornada em diamante?
E, conseguindo, alugaria sua casa,
o daria a alguém e partiria?
Para quê?
Para que esta
não possa ser mais
chamada de sua,
casa.
Nem esse diamante
em sua mão,
chamado sua,
pedra.
Para que algo tenha ficado pelo meio...
pelo meio do caminho,
e não seja casa,
e não seja carvão nas paredes,
e não seja pedra pelo meio,
nem o meio da pedra,
mas brasa,
esse seu coração,
transtornado.
E se com ele você acendesse,
o pavio,
e ele fosse correndo
ser acesso até
o encontro
de tudo,
até o encontro
de nada,
e a brasa tivesse acendido bem próximo
da dinamite,
quem sabe?
alguém medisse
à distância,
alguém desmedisse
a distância.
E se você
explodisse?
onde e como estaria,
coração?
Mas você, mentiu.
Você falsificou, tudo.
Você não escreve nas paredes,
Você não segura a pedra, aliás,
Você lança a pedra bem longe,
Você não quer sujar as mãos,
Você não sabe quanto vale, o carvão,
Você só sabe de você,
Você não sabe de você agora, nada.
E ele se tornou, algo assim, duro;
E ele se tornou, secamente;
E ele se tornou, frio;
E ele se tornou, negro e pó;
Porém, você é o que importa agora...
você, olha, lá vem você de novo!
Dá licença,
Se importa?
não! - disse, às paredes.
E viram depois a fumaça,
apenas a fumaça,
nos dá algum sinal da direção.
com pedra carvão?
Você escreveria
a ponto de rabiscar
todas as paredes, as brancas
paredes de sua casa?
Rabiscando a ponto de atravessá-las?
A ponto de quando
acabasse...
essa mesma pedra
se encontrasse
tornada em diamante?
E, conseguindo, alugaria sua casa,
o daria a alguém e partiria?
Para quê?
Para que esta
não possa ser mais
chamada de sua,
casa.
Nem esse diamante
em sua mão,
chamado sua,
pedra.
Para que algo tenha ficado pelo meio...
pelo meio do caminho,
e não seja casa,
e não seja carvão nas paredes,
e não seja pedra pelo meio,
nem o meio da pedra,
mas brasa,
esse seu coração,
transtornado.
E se com ele você acendesse,
o pavio,
e ele fosse correndo
ser acesso até
o encontro
de tudo,
até o encontro
de nada,
e a brasa tivesse acendido bem próximo
da dinamite,
quem sabe?
alguém medisse
à distância,
alguém desmedisse
a distância.
E se você
explodisse?
onde e como estaria,
coração?
Mas você, mentiu.
Você falsificou, tudo.
Você não escreve nas paredes,
Você não segura a pedra, aliás,
Você lança a pedra bem longe,
Você não quer sujar as mãos,
Você não sabe quanto vale, o carvão,
Você só sabe de você,
Você não sabe de você agora, nada.
E ele se tornou, algo assim, duro;
E ele se tornou, secamente;
E ele se tornou, frio;
E ele se tornou, negro e pó;
Porém, você é o que importa agora...
você, olha, lá vem você de novo!
Dá licença,
Se importa?
não! - disse, às paredes.
E viram depois a fumaça,
apenas a fumaça,
nos dá algum sinal da direção.
Amor Perfeito (para Kavita Kavita)
Morre-se
na rua Amor Perfeito
esquina com a avenida
Dormideira.
Desabando da marquise
do descuido,
um reboco ciumento
apaixonado pelo vento.
Tocado o coração
não quis unguento,
bateu mais forte a vida inteira,
suspirou,
desequilibrado,
e ao sinal fechado,
repetiu sumindo:
que dia lindo.
na rua Amor Perfeito
esquina com a avenida
Dormideira.
Desabando da marquise
do descuido,
um reboco ciumento
apaixonado pelo vento.
Tocado o coração
não quis unguento,
bateu mais forte a vida inteira,
suspirou,
desequilibrado,
e ao sinal fechado,
repetiu sumindo:
que dia lindo.
Tempestade
"Sorrio, desses que a mim se apressam em dizer que o sonho tem a consistência de nuvem. Para produzir-se sonho, antes, há de se chocar com a efemeridade do raio".
1/2 noite
disperso
ou desperto
por perto algo se deu
1/2
noite
uma fração de mim é não, outra, é sim
o ponteiro a ponto de eclipsar a exatidão numérica do doze
ser dela tão de perto a ponto do fazer-se meia
volta?
nem que seja
por esquecimento de nós
dois
nem que seja
por esquecimento de mim
hum...
leve descuido por
nada
00:00
noutros
dois pontos
diante das pálpebras em zelo
nenhum retorno
sob o que resta
em verdade me aproximo
a noite é ninguém
essa fresta escura estendida
acima do escuro e do claro dos olhos
daqui com esse silêncio
por sobre seus lábios
o falso me socorre
ela olhará
será sem demora
sem demora, mora no agora
talvez fria para a mente de alguns...
se toquem!
dessa fração
deixada
com dúzias de dúvidas
soando assim tão de perto, dessa indesejada distância
dá meia-noite
e vejo que só desse modo a teria e tenho
repentinamente canso
mas a noite é sempre 1/2
do descanso
ou desperto
por perto algo se deu
1/2
noite
uma fração de mim é não, outra, é sim
o ponteiro a ponto de eclipsar a exatidão numérica do doze
ser dela tão de perto a ponto do fazer-se meia
volta?
nem que seja
por esquecimento de nós
dois
nem que seja
por esquecimento de mim
hum...
leve descuido por
nada
00:00
noutros
dois pontos
diante das pálpebras em zelo
nenhum retorno
sob o que resta
em verdade me aproximo
a noite é ninguém
essa fresta escura estendida
acima do escuro e do claro dos olhos
daqui com esse silêncio
por sobre seus lábios
o falso me socorre
ela olhará
será sem demora
sem demora, mora no agora
talvez fria para a mente de alguns...
se toquem!
dessa fração
deixada
com dúzias de dúvidas
soando assim tão de perto, dessa indesejada distância
dá meia-noite
e vejo que só desse modo a teria e tenho
repentinamente canso
mas a noite é sempre 1/2
do descanso
All the rest is silence(Para Silvia Cássivi)
Caço a
manhã
Caço a
manhã
man,
hã?
sobre os cacos
de mim
meus passos assim
soam traços de vidro
mas são as
pedrinhas de areia sob meus pés
ando assim
sobre pedrinhas
fico
na areia
molhada
na atenção
sua
atenção
sua...
o quê esses dias
o quê esses
o quê
são
são ?
são
até que são
mais nada
em si...
lento
Ligo meus sonhos no on
tem
algo em você que se liga
em mim
outra de mim que se liga
em você
no encalço
prefiro um rest
o
o sol
o ceú
o seu
Som
da manhã
se restabelece
em nós
o que basta,
o que brasa
aqui dentro
Acalma coração ao vento
que me arrasta
até aqui
que aqui até me
arrasa
ou será que rezo, em silêncio?
meço: em mim nosso tempo
por mais que eu tema
sou tão brasa
especialmente aqui
que o que sopras
me leva à só
a sós
plena
estou rasa
as ondas
cobrem
meu lema
depois de ti:
all the rest is silence...
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