Olhos alheios

Era tamanha a alegria a ponto de se sentir até uma dor.
Ela pulsava a medida em que lágrimas caíam.
E por todo corpo ainda se seguiam, ainda em tempo,
Distendendo a dor em contentamento.
Assim, seguia-se o nítido na confusão intensa para desvencilha-lo, o coração,
Lançá-lo nu e conduzir a surpresa de um sorriso.

E eu para ti me tornara essa sensação do corpo, essa alcançada à brisa.
Já que se dizia em amor a quem se entregasse,
A quem passasse com tempo de parada.
Porém, se és como és, tempo... eu apenas intuía algo suspenso no ar.
Por momentos, me pergunto, o que sei eu do ser vento?

E se por instantes os momentos se cruzam, há nessas horas um milagre.

E são essas horas apenas, nelas onde se cruzam
Alegria e tristeza em silêncio.
Nessas horas em que meus olhos
Se encontram pousados sobre os seus
Olhos alheios.

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