Dentro de cada palavra
vive um silêncio.
De tal modo que, por vezes,
quando se recai sobre os lábios
certo tipo de... sê-lo,
surge a inquietude,
espraia-se o desassossego.
Então, é no corpo que as certas
pausas, por instantes, viram
o mundo que há e o que virá
pelo avesso.
Então, o que se sente na alma
em eminência, se faz acontecimento
nessa mudez se desdobrando.
Pondo à prova o vivo
por de dentro, transbordante.
Ali, onde já não há fora
nem sequer o de dentro, assim
se assume o lampejo do momento.
Mas, qual será? Quem sabe?
Quem poderá perceber, ao certo?
Em quê o errado se tornará
quando o sê-lo estiver,
se vir, do avesso?Tão distante, agora,
numa livre desfaçatez das palavras,
emudecidas. Peles antes pálidas, em rubor.
Páginas ou mentes, em branco: vencidas.
Frases suspensas, pois falam as faces umedecidas.
Jamais ali sentenciadas, pois se vive.
Ainda, as palavras beijando o silêncio
em chamamento, nem mentem
nem destilam a verdade: destoam
do entorno. Em tempo, tocadas,
ainda que paradas, fazendo-se
um precipício fascinado por seu declive.
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