Necessátiras ::: eu quero? eu posso? eu devo? :::
São só três perguntas,
para se mostrar o desnecessário?
Antes, preferível fosse
uma via de questões
Necessátiras
"eu quero?",
se perguntaria
a cabeça do prego
para o martelo
quando sabemos que seu apoio
se sustenta
na verdade com aqueles dedos em risco, cerrados & soltos
o que o [nos] prende a um certo desejo
seria o impulso nascido dele mesmo
ou dos outros?
"eu posso?"
se pergunta o parafuso
ao se afundar que nem um louco
no girar sobre si mesmo
torcer pra conseguir
não é mesmo que se ver
torcido pelo impossível
a ponto de, de um modo irreversível
ficar muito apertado
se sentindo um tonto
"eu devo?"
se pergunta o fósforo
ao que surge em sua frente
correndo riscos que inflamam
seu tempo vai correndo
enquanto a chama
que dele acende, o consome
concederia a ele
"dead matchstick walking"
um último pedido
depois ou agora, enquanto não some?
o desejo morre quando se concretiza
ou nos mata enquanto se dissipa o calendário ?
São só três perguntas,
o que basta em nosso inventário.
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