Necessátiras ::: eu quero? eu posso? eu devo? :::
São só três perguntas,
para se mostrar o desnecessário?
Antes, preferível fosse
uma via de questões
Necessátiras
"eu quero?",
se perguntaria
a cabeça do prego
para o martelo
quando sabemos que seu apoio
se sustenta
na verdade com aqueles dedos em risco, cerrados & soltos
o que o [nos] prende a um certo desejo
seria o impulso nascido dele mesmo
ou dos outros?
"eu posso?"
se pergunta o parafuso
ao se afundar que nem um louco
no girar sobre si mesmo
torcer pra conseguir
não é mesmo que se ver
torcido pelo impossível
a ponto de, de um modo irreversível
ficar muito apertado
se sentindo um tonto
"eu devo?"
se pergunta o fósforo
ao que surge em sua frente
correndo riscos que inflamam
seu tempo vai correndo
enquanto a chama
que dele acende, o consome
concederia a ele
"dead matchstick walking"
um último pedido
depois ou agora, enquanto não some?
o desejo morre quando se concretiza
ou nos mata enquanto se dissipa o calendário ?
São só três perguntas,
o que basta em nosso inventário.
A queda do amor (Regaço, cabaço, bagaço)
não basta ao seu bastião
o decaído
ri e grita,
enquanto o ódio devora-se em amor pela escuridão
morde e chora,
aonde as sombras conduzem
ao esconderem seu rangido na devassidão
sangra e se enamora,
para que se abram as janelas em chamas...
sinais da fumaça, o espaço interno que se expande
fruição
me diz esse nome, teu nome, outro nome
onde se meteu
o paraíso?
pára isso, pára isso, pára isso,
para isso
se
perder & arder
no inferno, as coisas são mais doces e
nisso de tão gordas
se arrastam
pesadume
no inferno, as coisas são mais entristecidas
nisso por tamanhas dores
se afastam
presumir os atalhos
no inferno, as coisas são mais destrutivas
nesse instante cego
mimetizam
cobiçam
a surdez
me convide ao teu regaço
rompe o cabaço, indiferença
espreme e roça até o esperma
emana o calor
de pessoa ao bagaço,
como recompensa
perdidos pensamentos
justifique a redenção
na dualidade
se alguém é capaz de abandonar
os fragmentos
reina pleno
mudo
em descontentamento
lambendo a ferida
do mundo
frente a
ao penúltimo momento
a cria
ção
essa luz diferida
amor ainda vívido
unindo
o que o nefasto
presumiu em separação
especiarias
disse o si, numa espécie de relance:
"a reencarnação é a reencantação"
da vida quando cansou de só ser verdade
da vida quando cansou de só ser metade
da vida quando cansou de si ser sem beira
da vida quando cansou
cansou de cansar da certeza, da felicidade muda, da mesma asneira
torta sem cereja,
e foi conhecer as cerejeiras
reencarnar foi a dúvida, do pote de conservas
reencantando-se sem reservas
daquilo que não se dispensa
na vida não se hospeda
apenas e se...
despede
das sentenças
"a reencarnação é a reencantação"
da vida quando cansou de só ser verdade
da vida quando cansou de só ser metade
da vida quando cansou de si ser sem beira
da vida quando cansou
cansou de cansar da certeza, da felicidade muda, da mesma asneira
torta sem cereja,
e foi conhecer as cerejeiras
reencarnar foi a dúvida, do pote de conservas
reencantando-se sem reservas
daquilo que não se dispensa
na vida não se hospeda
apenas e se...
despede
das sentenças
concreto
concreto
meio
sem tempo
método: de plano, nível e emparedamento
falsa
a palavra
voa ao vento
a folha
voa ao vento
o cuspe
voa ao vento
fala
concreto
é apenas cimento?
noutro
concreto momento
pode ser um impacto
limpo, água
sujo, pedra
escasso, areia
desafiando o tempo
do passivo ao ativo
do manso ao violento
do cobiçado ao desprendimento
se afasta
e ainda
mais
lento
o peso do sonho
como o sustento de um sopro
do pó
falsa
a palavra
a folha
o cuspe
são as escadas
para
na sua cara
atingir
esse acontecimento
vem de onde, vem como e vem quando?
na dosagem de cada elemento
da palavra, de papel e do cuspe
que nascem: c o n c r e t a m e n t e
de algum esquecimento
meio
sem tempo
método: de plano, nível e emparedamento
falsa
a palavra
voa ao vento
a folha
voa ao vento
o cuspe
voa ao vento
fala
concreto
é apenas cimento?
noutro
concreto momento
pode ser um impacto
limpo, água
sujo, pedra
escasso, areia
desafiando o tempo
do passivo ao ativo
do manso ao violento
do cobiçado ao desprendimento
se afasta
e ainda
mais
lento
o peso do sonho
como o sustento de um sopro
do pó
falsa
a palavra
a folha
o cuspe
são as escadas
para
na sua cara
atingir
esse acontecimento
vem de onde, vem como e vem quando?
na dosagem de cada elemento
da palavra, de papel e do cuspe
que nascem: c o n c r e t a m e n t e
de algum esquecimento
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