Grão

Dos que se dão
se vê os frutos, colhidos
pois dão-se úmidos
e uma vez "que..."
ficam nus
mordidos, 
soltos
das sementes, 
se produzem
alguns outros loucos


com medo de dizerem-se em tudo
vão mudos acordando aos poucos


mas tais quais sonhos dementes
surrealistas
não reproduzem o mesmo
diante das vistas...
de tão doidos que vão
se remetem, ao "quê?"
disso revoltado numa dor
a cogitação, mais que ao impulso 
da pequena dança, o morrer
de quem se deu em amor


e se de quem recebeu o sabor se essa força vier
então de um gosto mesmo bravio


será preciso ser tal 
e ser sim e ser não
pra quem sabe, tateante
voltar carregando
o ateado pavio 
abrindo espaço e duração
no sufocado do solo
na saudade 
de um voo, de um navio ou de um colo 
talvez, nada mais do "quê!", desse grão



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