O silêncio de Sherazade

A caneta Sherazade

nesta outra noite,
trouxe seu sonho de linhas
um ser alado, seu vizinho distante:
um tapete mágico...
sopravam nele, por onde se ecoavam as palavras,
os ventos e seus descaminhos
E ao sentar nessa linda tapeçaria
alguns saberiam,
a quem jamais vislumbrara
o assombro
da vidência
e seu chamado.
É que ao cruzar o ar sobre seu plano
todas as palavras escritas
em ato, naquele instante,
podiam ser lidas, assim formadas:

pela fumaça branca

exalada de seu pano
Porém, tudo a seu preço e encanto:
a visão do tapete
e seu possível vôo
mantinham-se apenas plenas
ao ficarmos
calados.

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