à minha frente
um silêncio, reina
pelo olhar de meus dias,
num cinzeiro
apaga-se
esse brilho
quente, que sangra luz,
e se consome até
o negro cinza de teus olhos,
ainda vagos
o copo
ainda manchado,
da secura, sem sede e
em suspenso, ele,
entre meus dedos
outro corpo
ainda marcado,
ainda ontem,
ali passaram
pelas brechas e linhas
das mãos fios
cabelos
mas, agora ainda
nada passa
ainda aqui no já futuro
o mesmo:
o já, passado
desce pela garganta
o presente incessante
com a fita do tempo
meu estômago
com ela embrulhado,
penso, penso, penso
peso, peso,
sento
o passo
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